Sem pio...

Antes de mais, aproveito a oportunidade para agradecer todas as palavras carinhosas que aqui me têm deixado. Realço o carinho e o apreço que tenho por cada uma de vós que gasta um pouco do seu precioso tempo para me dar um recado embrulhado num grande sorriso. Bem hajam, suas lindas! :)

Hoje, quero partilhar uma má experiência que pode ajudar alguém a não cair no mesmo erro... e, se tiverem a paciência de me acompanhar, o final pode ser compensador. :)

Com o bordado que se segue, peep, em português, pio, tinha pensado fazer uma toalha pequena, para a mesa da cozinha. 

E fiz! Iniciei a toalha no primeiro dia do mês, aproveitando o feriado. Costurei pedaços de tecido amarelo, xadrez, pintas e uma grega azul. Para o forro usei um tecido fino com rosas, muito antigo, que me tinham oferecido.

Aquando da costura dos tecidos amarelos, reparei que ficaram um pouco enfolados, mas supus que o ferro resolveria o problema. 

Depois da peça feita, virada e passada a ferro,  o que é que eu vi?

Franzidos, pregas, tufos... na junção do tecido xadrez com a composição do bordado. Oh, que desgraça, que grande azar... o que é que aconteceu?  ;(

Fiquei e ainda estou sem perceber como é que fiz tamanho disparate, mas depois de refletir um pouco, surgiram-me algumas desconfianças:

• Tecidos de diferentes texturas - quadrilé de algodão grosso, tecido amarelo de algodão fino, tecido axadrezado de algodão grosso - repuxaram as costuras entre si; 
• O problema anterior, pode ter sido agravado com a costura da grega. Descosi a grega, mas a situação manteve-se;
• A temperatura do ferro. Podia estar demasiado alta ou ter passado incisivamente na zona da costura, contribuindo ainda mais para o repuxado do tecido xadrez, e, ao mesmo tempo, para o enfolado do tecido amarelo.

Ainda a coloquei na mesa a ver se passava ou se disfarçava, mas... os erros estavam bem à vista e eu não podia corroborar com tamanho desaire. Perdi o pio... amuei... :(

E cismei... tantas horas para deitar ao lixo! Como eu abomino perder tempo! :(

Dobrei-a e deixei-a bem à vista para pensar no fim que poderia dar-lhe. Se a escondesse, corria o risco de me esquecer... e ficava com mais um mono, sem serventia, a ocupar espaço. 

Preocupava-me o bordado, que queria a todo o custo reaproveitar. Sei que não é nada de especial, nem tão pouco requintado, mas eu adoro aquele pintainho e queria reutilizá-lo numa peça de cozinha. 

Só que a vontade de desmanchar, de descoser tudo, era nula...

Mas, não fiquei descansada, não pensava noutra coisa, andei atarantada, angustiada, desanimada até ao dia (sábado ou domingo) em que me lembrei que precisava de uma sacola para os sacos de plástico!

Pronto, alegria total na capoeira, quer dizer, no "canteliê"!

Toca a descoser, toca a passar e toca dobrar os tecidos para novas investidas. 

Desde segunda que os meus fins de tarde (oh, valham-me os dias compridos!!!) têm sido passados na máquina. Aproveitei tecidos que tinha por casa e parte dos que foram usados na toalha. Ontem à noite, a peça estava assim:

E hoje, como saí mais cedo... terminei a sacola e ainda consegui tirar umas fotos, com a luz natural que se ia extinguindo, mas eu não aguentava se não vos desse a boa nova! :)

Para as alças usei uma fita de nylon que tinha guardado de um saco qualquer térmico, desses "foleiros" que, às vezes, oferecem nas promoções. :)

A parte inferior é uma sarja grossa de umas calças velhas. :)

E... voilá! Agora sim, no seu devido lugar! :)

Não ficou linda a minha sacolinha? 

Bem, não está na cozinha, mas ao lado - na marquise -  dando cor e alegrando o espaço e, o que é mais importante, pacificando o meu desassossego. 

Percebem agora porque fiquei sem pio? Era só uma analogia com o nome do bordado, eh! ;)